
Introdução
Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e sem reprovação; e ser-lhe-á concedida. (Tiago 1:5).
1. Adquire o entendimento
“O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento”. (Provérbios 4:7)
Todo aquele que busca a sabedoria divina com sinceridade pode alcança-la, dentro de suas capacidades e limites.
Deus bondosamente concede sabedoria por meio de sua Santa Palavra, que convida à transformação. Ela traz luz às trevas, firma os pés, endireita os passos, reorganiza a vida e inverte prioridades.
O propósito último de obter sabedoria é conhecer a Deus, glorificar o seu Santo Nome e manifestar seu Reino e seu Filho, Yeshua HaMashiach.
O Rei Salomão, de abençoada memória, ensina que “o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor” (Eclesiastes 7:12).
Portanto, a pessoa que abre as portas de sua mente e coração para deixar que a luz da sabedoria divina entre em sua vida, alcança profunda transformação para uma existência com mais significado e sentido.
O propósito deste repositório de estudos bíblicos é compartilhar a caminhada de um buscador de Deus.
Não há qualquer pretensão de ensino ou de qualquer autoridade, mas de partilhar a busca de conhecimento do Criador.
Como está escrito, "e buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração (Jeremias 29:13).
Em conformidade com a vontade e orientação direta do Pai Celestial e de acordo com a capacidade de discernimento de cada pessoa, sua intenção e seu desejo de busca-lo de todo coração, é assim que as trevas na compreensão do sagrado pouco a pouco se dissipam.
Portanto, aqui está uma jornada simples, com pequenos passos, suave e sem pressa, uma busca ao ritmo dos sagrados ciclos da existência, inspirado pelo calendário de leituras bíblicas semanais da nação de Israel.
"Tenho desejado a tua salvação, ó SENHOR;
a tua lei é todo o meu prazer." (Salmo 119:174).
A leitura, estudo e meditação nas Sagradas Escrituras deve primeiramente se tornar uma rotina aprazível para a pessoa que deseja aproximar-se de Deus, pois tais atos, se cumpridos apenas como encargo ou obrigação moral, não produzirão frutos e avanços na jornada espiritual.
Tendo em mente que todo o conteúdo da Escritura Sagrada, pela soberana vontade de Deus, aponta para a salvação e redenção de toda humanidade, por meio de seu Filho primogênito, nosso justo Messias Yeshua, o filho de José e filho de David, as anotações e registros são feitos com a perspectiva cristocêntrica.
Como está escrito:
“E eles leram no livro da Torá de Deus, distintamente.
E eles deram o sentido,
E eles os fizeram entender a leitura”
(Neemias 8:8).
2. Recebe o teu maná diário
Além de apontar integralmente para o Mashiach Yeshua, a Bíblia também fala a cada um de nós individualmente a cada dia de nossas vidas.
Precisamos apenas estar com coração, olhos e ouvidos bem abertos para receber sua mensagem como nosso alimento espiritual, o nosso pão de cada dia.
E de fato, "este é o pão que desce do céu, para que aquele que dele comer não morra" (João 6:50).
3. Estuda e contempla
A cada semana o crente tem a oportunidade de abrir uma porção bíblica, seguindo sua jornada nos caminhos de Deus.
Cabe a cada um, conforme seu nível de entendimento, optar por um método de estudo adequado à sua condição pessoal, pois como foi dito em relação ao maná celestial, cada um recebia a quantidade certa, não faltava nem sobrava.
Nessa mesma linha, cada estudo avança em etapas ou níveis, do mais simples, o leite espiritual, ao mais complexo, as profundezas de Deus, o alimento sólido:
( 1) a interpretação literal do texto;
(2) as metáforas, símbolos, alegorias, dicas e alusões;
(3) as comparações e pesquisas com outros trechos bíblicos;
(4) o nível profético e os conhecimentos mais profundos.
Desse aprendizado diário da "Torá de Deus" - בתורת האלהים decorre o registro da jornada da vida.
O ato de anotar os avanços na jornada possibilita uma melhor fixação do aprendizado, a melhoria de nossas vidas e do mundo ao nosso redor.
4. Percebe as minúcias do Senhor Teu Deus
"Ó profundidade da riqueza e da sabedoria e do conhecimento de Deus!"
(Apóstolo Paulo)
A Palavra de Deus é rica, profunda e complexa.
O hábito de uma leitura muito rápida e superficial é o mais comum, enfatiza mais a interpretação literal da palavra de Deus.
Porém uma contemplação mais calma, associada com as lições oferecidas pela tradição dos anciãos e sábios de Israel, que atualmente é compartilhada na internet com todas as nações do mundo, permite maior crescimento espiritual.
Os sábios estudam e examinam detalhadamente a Palavra de Deus diretamente em um rolo de Torá, um pergaminho com detalhes escritos que não chegam até nós, os gentios, nas Bíblias traduzidas.
Com isso, é possível prestar mais atenção nas minúcias do texto original do pergaminho em hebraico, que se destacam visualmente, o que não acontece nas Bíblias impressas.
Tal é a situação de letras, pontuações, espaços em branco, quantidade de versículos e palavras em cada passagem, sons diferentes na pronúncia e palavras especiais que apontam a essência mais profunda do texto.
Vejamos alguns exemplos das minúcias bíblicas.
1. Alusões, imagens e símbolos
A Palavra de Deus recorre a muitos símbolos e alusões para expressar indiretamente a sagrada presença do Filho de Deus na terra e a sua obra de salvação. Cita-se como exemplos o cordeiro que substituiu Isaac no altar construído por Abraão, o novilho ofertado pelo sacerdote, a árvore da vida, o renovo de Jessé, a menorá do templo etc.
Significa dizer que em todas as porções de estudo semanal encontramos Yeshua descrito de uma forma ou de outra.
2. Keri Uketiv - Versos escritos e falados
O grande diferencial de “ouvir” a Torá no sábado consiste em discernir as entonações de pronúncias de palavras que assumem significados diferentes do texto escrito e são melhor compreendidas no contexto da leitura oral.
Grandes mensagens celestiais chegam a partir do que é dito e ouvido no culto.
Isso acontece porque o texto original do pergaminho não contém vogais, e somente a entonação concede a vocalização das palavras corretas.
Em hebraico, isso se chama Keri Uktiv - קְרֵי וכּֽתִיב (escrito de uma forma e falado de outra). Sobre o significado espiritual da entonação ou cântico, outro tópico seria necessário. As palavras faladas são as palavras escritas no pergaminho acrescidas com símbolos de cantilação que não aparecem na Bíblia traduzida e impressa.
3. Letras grandes ou pequenas:
Chamando atenção para algumas narrativas específicas, um certo número de letras no Pergaminho da Torá são escritas maiores que o resto. Isso indica tratar-se de assuntos elevados. Outras letras aparecem menores que as demais, apontando para uma espécie de queda na narrativa ou situação de pecado etc. Outras aparecem com sinalizações especiais chamadas tagim.
4. Pontuação
Até mesmo os pontos encontrados na grafia hebraica de certas letras assumem significados adicionais à compreensão do texto, significando que há algo único e especial acontecendo com essa verdade espiritual.
5. Petuchá e Setumá - Espaços em branco
Há lições e leis mais profundas ensinadas na quantidade de espaços vazios deliberadamente deixados em certos lugares do pergaminho.
6. Total de versículos e de palavras
Significados espirituais são encontrados pelos sábios na contagem do número de versículos lidos em cada parashá semanal, bem como no valor numérico das palavras e letras, que contribuem para aprofundamento do estudo.
7. Estas palavras
A Bíblia é totalmente inspirada pelo Espírito de Deus.
Não há nenhuma letra ou palavra que seja desnecessária, nem há nenhuma letra ou palavra que possa ser adicionada ou suprimida, pois isso a tornará menos do que a perfeição que ela é agora.
Os anciãos e sábios de Israel encontraram e compartilharam as palavras que apresentam valor numérico correspondente ao número de versos em cada Parashá.
Eles também tentam trazer palavras que se relacionam com a essência da leitura da Torá. As palavras escolhidas para o mnemônico são aquelas que encapsulam o destaque da parashá.
8. Letras iniciais e finais dos versículos
Dos comentários concisos sobre o versículo de Isaías 44:6 – “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus”, e de Apocalipse 22:13 – “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim", aliado ao fato de que a Bíblia inteira foi inspirada por Ele mesmo, é possível derivar o entendimento de que letras iniciais de cada palavra de um versículo (as primeiras – Roshei Teivot) e / ou as letras finais as últimas letras (Sofeit Teivot) quando examinadas na língua original, podem transmitir significados adicionais ao texto, enriquecendo sua compreensão.
Como o próprio Jesus disse (Apocalipse 1), “Eu sou o Alfa e o ômega, o início e o fim”
9. O Nono versículo
Destaca-se o conteúdo do nono versículo de cada parasha na busca de significado de cada estudo semanal.
10. Semichut (Complementações)
É possível correlacionar o estudo semanal com outros textos Bíblicos que complementam a leitura semanal.
Semicht consiste na justaposição de duas passagens tópicas e temáticas que aparentemente não têm relação, mas ajudam a compreender o sentido das palavras.
São correlações:
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Parasha
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Haftará - Profetas e Escritos
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Brit Chadasha - Novo Testamento
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Salmos
11. Louvores e orações relacionados à leitura semanal.
12. Informações bibliográficas correlacionadas ao tema semanal.
Comentários rabínicos e cristãos sobre os textos lidos.
Conclusivamente, a reação e resposta ao estudo contempla uma atitude de oração, confissões e pedidos de misericórdia, tudo relacionado ao tema da leitura e aos destaques pessoais que Deus Ele mesmo nos aponta em cada estudo.
5. Dá honra e glória ao Senhor Teu Deus
E que no final, tudo seja para a glória de Deus, como está escrito em Daniel 2:23
"A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria”.