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Capítulo 3:

Os tempos determinados

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Dentre as várias as funções dos luminares criados no quarto dia, em meio aos muitos tesouros escondidos na linguagem do tempo bíblico, um dos mais preciosos é o conceito de Moedim — os tempos determinados por Deus.

A palavra hebraica moed no singular significa “tempo marcado”, “encontro designado” ou “reunião sagrada”. O plural é escrito como moedim.

Ela aparece pela primeira vez em Gênesis 1:14, quando Deus cria os luminares “para sinais e para moedim, e para dias e anos”.

Como já foi dito, desde o princípio, o tempo foi desenhado não apenas para medir, mas para marcar encontros entre o céu e a terra.

Os Moedim constituem os ciclos sagrados do calendário bíblico — festas, celebrações e tempos de consagração que Deus estabeleceu como convites divinos.

Eles não são invenções humanas, nem tradições culturais: são datas fixadas pelo próprio Deus para que Seu povo pare, reflita, celebre e se alinhe com os ritmos celestiais.

Em Levítico 23:2, o Senhor declara: “Estas são as festas fixas do Senhor, as santas convocações, que proclamareis no tempo determinado.”

Cada moed, cada convocação sagrada, é uma janela espiritual. É um portal no tempo em que o céu se aproxima da terra de forma especial.

São momentos em que Deus se revela com tal intensidade, em que a história se dobra sobre si mesma e o eterno toca o presente.

São oportunidades de realinhamento, cura, libertação, arrependimento e renovação.

O calendário bíblico é estruturado em torno desses encontros especiais com o sagrado.

As três festas de peregrinação — Pessach (Páscoa), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Tabernáculos) — marcam os grandes movimentos da redenção.

A data dessas festas são determinadas pelos luminares, daí surge a estreita conexão entre o céu e as convocações sagradas.

Pessach celebra a libertação do Egito, Shavuot a entrega da Torá, e Sucot a habitação de Deus entre Seu povo. Outras datas, como Rosh Hashaná, Yom Kipur e Purim, também carregam significados profundos e proféticos.

Cada moed (festa) está inserido em um mês específico do calendário judaico, e esse mês, por sua vez, está ligado a uma tribo de Israel e a uma constelação.

Assim, o tempo se torna uma tapeçaria viva, onde cada fio — seja um dia, uma festa, uma tribo ou uma parashá — contribui para revelar o desenho do propósito divino.

Por exemplo, o primeiro mês do ano bíblico é o mês de Nissan, associado à tribo de Judá e à constelação de Áries, é o mês da libertação.

É nele que ocorre Pessach, a saída do Egito, o nascimento de uma identidade redimida, o povo de Deus.

Já o mês de Tishrei, ligado à tribo de Efraim e à constelação de Libra, é o mês do julgamento e do recomeço — abriga as festas de Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot.

Cada moed funciona como um portal,  uma dimensão espiritual que está em harmonia com o tempo, com a tribo e com a porção da Torá lida naquela semana.

Além disso, cada uma das festividades sagradas aponta para Jesus, nosso justo Messias. Seu nascimento, seus ensinamentos, sua morte pela humanidade.

Essa sincronia não é coincidência — é a sabedoria divina em ação.

Deus não apenas criou o tempo; Ele o preencheu com sentido e significado.

Os Moedim são como batidas do coração divino, pulsando ao longo do ano, chamando Seu povo para encontros sagrados.

Eles nos lembram que a vida não é uma linha reta, mas um ciclo de estações, cada uma com sua própria voz, sua própria lição, seu próprio convite.

Viver alinhado com os Moedim é viver com os tempos.

É aprender a parar quando Deus chama, a celebrar quando Ele se aproxima, a refletir quando Ele silencia.

É reconhecer que cada estação marcada por Deus é uma oportunidade de transformação.

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